Waldo Huerta traz sons de toda América Latina em álbum plural

Waldo Huerta traz sons de toda América Latina em álbum plural

17 de agosto de 2018 1519 Por Oficina do Demo

Os primeiros segundos do disco de Waldo Huerta y los Rapaces de la Chakra já soam familiares para o ouvinte brasileiro. Trazendo influências do nosso samba, de canções folclóricas do sul e de ritmos como a cumbia e o joropo venezuelano, a banda chilena cria um paralelo da música latino-americana contemporânea com suas raízes em uma espécie de jazz pop. O álbum chega ao mercado do Brasil pelo selo Cantores Del Mundo.

Ouça “Waldo Huerta y los Rapaces de la Chakra”: http://bit.ly/WaldoHuerta

waldo huerta y los rapaces de la chakra oficina do demo

Liderados pelo multi-instrumentista Waldo Huerta, que assume os vocais principais, o violão, o cuatro e o trombone, a banda surgiu com o músico convidando amigos talentosos para registrar em estúdio algumas de suas canções. O objetivo, primeiramente despretensioso, mudou quando a banda começou a ensaiar junto. A química instantânea foi a base para a criação da banda e do subsequente disco.

“Durante o processo de ensaios, acabamos compondo novas músicas, criando novas parcerias musicais e foi assim que a banda surgiu! Com o grupo, o álbum foi crescendo. Sem notar, já tínhamos um disco em processo de criação e estávamos ensaiando toda semana. Foi quando resolvemos fazer shows e descobrimos que o público gostava. De um modo natural, tínhamos o álbum, a banda e o público. Foi um processo espontâneo que resultou nessa pequena família musical”.

Conta Waldo.

E essa família é composta por Nicolás Cáceres (baixo), Camila Bañados (voz), Arturo Saud (saxofone), Gato Tamblay (trompete), Sebastián Hermosilla (bateria) e Jorge Machuca (piano e acordeão), este último também responsável pela gravação, mixagem e masterização. No fim do processo do álbum, jovens músicos da cena jazzística de Santiago se uniram ao grupo. Nas faixas 1 e 8, Juan Pablo Salvo aparece no trompete; já na faixa 9, Trinidad Montalva surge nos coros e na viola da gamba. Eles permanecem na banda até hoje.

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Waldo Huerta y los Rapaces de la Chakra

O clima de cumplicidade e amizade sentido nas faixas está também refletido na relação dos músicos com o selo. Waldo é um grande amigo e parceiro musical do cantor e compositor carioca Arthus Fochi, um dos diretores da Cantores Del Mundo.

“Conheci o Waldo em Cuzco (Peru), em 2007. Ele e outros amigos viajavam tocando, e me incentivaram a tocar também. Eu andava com meu primeiro disco de canções, que tinha gravado antes de viajar, e fiz minha primeira apresentação ao vivo num pub que tinha um pequeno palco. Depois disso, nos encontramos em Lima e fomos somente eu e ele até Caracas (Venezuela) por terra viajando, aprendendo ritmos e conhecendo a cultura. Nessa época, fizemos um duo que era de violão e trombone chamado Duo John Existe. Tocamos jazz, bossa nova, samba, músicas que aprendamos na viagem, algumas músicas folclóricas  e algumas composições nossas. Ele na verdade é um grande irmão da vida”.

Conta Arthus Fochi.

Criar esse tipo de ponte entre as nações, promovendo a proximidade entre alguns pontos das nossas culturas sempre foi uma meta da Cantores Del Mundo: combater essa sensação de isolamento, de que o Brasil é uma enorme ilha no meio de países hispânicos. Fundado por Tita Parra, neta da lendária Violeta Parra, o selo está sendo consolidado com a direção de Fochi e do produtor musical Guilherme Marques. Recentemente, eles também lançaram discos de artistas uruguaios, como André Deus, Seba Rey e Martin Tejera.

Ouça “Waldo Huerta y los Rapaces de la Chakra”: http://bit.ly/WaldoHuerta